Cristãos Agentes transformadores de mudança



Texto: Lucas 7:1-10

Introdução:
Esta história é mais uma daquelas histórias chocantes no Novo Testamento, como a Parábola do Bom Samaritano, os Magos do Oriente, etc.

É a história de uma pessoa que impressiona porque se trata de um militar, romano, portanto, gentio, muito humano, rico, altamente recomendável por causa da sua fé, que fez algo notável. Ele não era judeu mas simpatizava com Israel e com a sua fé.

Esta história é relatada pelo Evangelho de Mateus 8:5-13 e pelo Evangelho de Lucas com algumas discrepâncias, diferenças que se justificam porque Lucas é muito mais pormenorizado e com um objectivo específico: levar a fé aos gentios.

O centurião de Cafarnaum ilustra a universalidade da atracção de Cristo. Isso mostra como Cristo uniu gentios e judeus numa só família. Em Cristo, os gentios obtêm acesso aos privilégios espirituais que antes estavam reservados aos judeus.

Esta história deverá ter sido um encorajamento para os membros das igrejas gentias que não tinham visto Jesus, mas que receberam o Evangelho através de mensageiros judeus.

Entendo que esta história é também para nós, igreja gentílica, um bom modelo daquilo que chamaríamos agentes transformadores da sociedade, do ambiente onde vivem. Deus quer que o Seu povo, enquanto aqui peregrina, seja uma parte útil e necessária no seio da comunidade.

O Centurião de Cafarnaum é um exemplo riquíssimo e uma amostra daquilo que deve ser a presença da verdadeira fé evangélica nas sociedades dando a sua participação ao progresso da comunidade!

Deus quer acrescentar todas as coisas desejáveis àqueles que buscam em primeiro lugar o Seu Reino e a Sua Justiça, e quer que os Seus filhos sejam amorosos ao ponto de construir, edificar, o que puderem, em benefício de todos os membros da comunidade.

Os cristãos agentes transformadores da sociedade:

1. Dão à Sociedade o seu contributo para o Bem-Estar Social

a. São sensíveis às necessidades dos que sofrem – v.2
Um militar, muito provavelmente, do exército judaico de Herodes Antipas,
com cerca de 100 homens ao seu comando, não deixou de prestar atenção a um mero escravo que, segundo Mateus era paralítico e estava à morte. Isto é sensibilidade. A história do centurião romano ilustra um modelo de compaixão que transcende as classes sociais. A maioria dos pagãos desse tempo envergonhar-se-ia por demonstrar compaixão por um mero escravo.

b. Estimam os que sofrem – v.2
O versículo 2 diz que o centurião não era apenas era sensível quanto ao seu
escravo. Ele o estimava e por isso preocupava-se. “Entimos”, o termo grego dá a ideia de que o centurião o “honrava”. Que coisa estranha para um homem de tão elevada classe social.

c. Agem em favor dos que sofrem – v.3
O centurião entendia o amor como acção. Ele agia em favor dos que sofriam
No seu ambiente social. Ele tinha ouvido falar seguramente de Jesus como alguém que poderia trazer solução ao problema do seu servo e empenhou-se a tratar do assunto. Ele investiu na procura de soluções e enviou pessoas para procurarem Jesus.

d. São Dignos – v.4

São os judeus, de outro grupo étnico e religioso, que falam dele como alguém digno. Significa gentileza para com um outro povo. É o argumento usado para convencer Jesus. Sendo um homem rico, o argumento persuasivo usado não foi o seu poder ou influência material, mas a sua nobreza de carácter. É interessante e revelador que sejam os outros a dizerem isso de nós.

2. Dão à Sociedade o seu contributo para o Bem-Estar Espiritual

a. Amam a Nação sendo peregrinos – v.5
Quem procura o bem-estar social e espiritual dos outros só o pode fazer se
amar. Este estrangeiro amava a terra onde vivia. “É amigo do nosso povo”. Era o que diziam dele! Isso representa uma disposição de boa vontade para com um povo diferente.

b. Zelam pela espiritualidade de outros – v.5

A edificação da sinagoga representaria uma forma concreta de integração e um grande avanço para a espiritualidade das famílias. Este centurião preocupava-se com isso. Não é certo que nesta altura ele fosse um adorador do Deus verdadeiro, mas muito provavelmente ele não teria empreendido tudo quanto está envolvido na construção de uma sinagoga sem nenhum interesse pelo Deus que seria ali adorado. Este homem, segundo o v.9 era um homem de fé preocupado com a espiritualidade dos outros.

c. São generosos – v.5
Cresse que a sinagoga a que se faz referência é a mesma sinagoga cujas ruínas
ainda persistem em Tell Hum, cidade de Cafarnaum actual. Se for assim estamos a falar de uma magnificente sinagoga a qual deve ter custado bastante dinheiro. Este homem investia generosamente no bem-estar espiritual da sua comunidade.

d. São humildes – v.6
Por duas vezes o centurião romano afirma: “Não sou digno”. Só os outros
o achavam digno. Ele tinha uma tão grande opinião de Jesus que teve até receio de o receber debaixo do seu telhado o qual não deveria ser nada de desprezar. Os rabinos não deveriam entrar na casa de um gentio. O centurião sabia quem ele era. Um gentio com senso de indignidade. E sabia com quem estava a lidar, o Senhor, um gigante espiritual! Seja como for, é um erro pensar que devemos ser dignos para buscar a ajuda de Cristo. A ajuda d’Ele é para os indignos também senão ninguém seria salvo. Mas de facto, Deus não despreza corações quebrantados (Isaías 55:11) como o deste homem.

e. Crêem no poder da Palavra de Cristo – v.7
Este homem acreditava no poder da Palavra de Cristo. Uma única palavra de
Cristo poderia fazer toda a diferença. É que os mundos foram formados pela Palavra de Deus segundo Hebreus 11:3. Deus falou e houve luz. Uma simples Palavra de Cristo altera toda uma situação. Há que crer! A Palavra d’Ele nunca voltará vazia – Isaías 55:11. Deus tem feito grandes obras pela Sua Palavra.

f. Crêem em autoridades superiores e na obediência – v.8
Este homem era um homem de autoridade mas sabia que havia autoridades
superiores. Acreditava que Jesus era uma autoridade superior e poderia fazer prodígios maiores. Ele acreditava que a autoridade bem exercida produz resultados. Não era preciso estar presente para que algo acontecesse. Esta ideia demonstra a base e a qualidade da fé do centurião. Uma palavra de autoridade faria a diferença. Lembra-nos de Mateus 28:18-20.
Sabendo que havia autoridades superiores, sabia que teria de lhes obedecer. Esse é um princípio fundamental se queremos ser usados por Deus na sociedade.

g. Recebem o favor de Jesus – v.9
Somente duas vezes há uma referência no NT ao facto de Jesus se admirar
com pessoas. Uma por causa da incredulidade em Nazaré (Marcos 6:6) e aqui por causa da fé deste centurião. Isso chamou a atenção de Jesus e levou-o a chamar a atenção de outros. Ele queria que os outros ouvissem bem o que se tinha ali passado e “virou-se” para se certificar que todos prestavam atenção. Jesus estava espantado com a fé deste homem. Não apenas na cura possível pela Palavra mas na pessoa que estava diante dele. Os resultados aconteceram sem a presença física de Jesus. A fé foi honrada.

Conclusão.
Quais as implicações deste texto para nós como agentes de transformação da sociedade?

Comments

Popular Posts