Uma Perspectiva Cristã Sobre a Homossexualidade - William Lane Craig (Tradução: Vitor Grando)
William L. Craig é doutor em Teologia pela Universidade de Munique e em Filosofia pela Universidade de Birmingham.
Craig é o maior apologista Cristão de nossos tempos. Hábil debatedor, ele já enfrentou grandes pensadores cépticos como
Antony Flew, Bart Ehrman, John D. Crossan nos campi de Universidades como Harvard, Oxford e Princeton debatendo
tópicos como a existência de Deus e a historicidade da ressurreição de Cristo. É autor dos livros A Veracidade da Fé Cristã e
Filosofia e Cosmovisão Cristã. Neste artigo ele desenvolve uma perspectiva cristã sobre a delicada, e contemporânea,
questão da homossexualidade.
Uma das questões mais importantes e voláteis que a Igreja enfrenta hoje é a questão da homossexualidade como um estilo
de vida alternativo. A Igreja não pode se esquivar dessa questão. Eventos como o brutal assassinato de Matthew Shepherd,
o estudante homossexual de Wyoming, ou os recentes escândalos envolvendo padres pedófilos, que abalaram a Igreja
Católica, servem para trazer essa questão para o centro da cultura Americana
Cristãos que rejeitam a legitimidade do estilo de vida homossexual são geralmente taxados de homofóbicos, intolerantes e
até odiosos. Há uma grande intimidação em relação a essa questão. Algumas igrejas inclusive tem aprovado o estilo de vida
homossexual e aceitam aqueles que praticam a homossexualidade como ministros da igreja.
E não pense que isso só tem acontecido em igrejas liberais. Um grupo de evangélicos chamado Evangelicals Concerned é
um grupo de pessoas que aparentam ser cristãos nascidos-de-novo, crentes na Bíblia, mas também homossexuais
praticantes. Eles alegam que a Bíblia não proíbe a actividade homossexual ou que seus mandamentos não são válidos para
hoje, mas são apenas reflexo da cultura no qual eles foram escritos. Essas pessoas podem ser ortodoxas em relação a Jesus e
todas as outras áreas de ensino; mas eles pensam que é correcto ser um homossexual praticante. Eu lembro de ouvir um
académico do Novo Testamento numa conferência profissional relatar a história de que uma vez foi falar em um de seus
encontros. "As pessoas estavam seriamente preocupadas sobre o que você iria dizer," seu anfitrião disse depois do encontro.
"Por que?" ele perguntou surpreso. "Você sabe que eu não sou homofóbico!" "Ah, não, não era essa a preocupação", seu
anfitrião afirmou. "Eles temiam que fosse você ser muito histórico-crítico!"
Então quem somos nós para dizer que esses aparentes cristãos sinceros estão errados?
Essa é uma pergunta muito importante. Quem somos nós para dizer que eles estão errados? Mas essa pergunta levanta uma
pergunta ainda mais profunda, que deve ser respondida primeiro: o certo e o errado realmente existem? Antes de
determinar o quê é certo ou errado, você tem que saber que realmente há um certo e errado.
Bem, qual é a base para dizer que o certo e o errado existem, que realmente há uma diferença entre os dois?
Tradicionalmente, a resposta tem sido que os valores morais se baseiam em Deus. Deus é, pela Sua própria natureza,
perfeitamente santo e bom. Ele é justo, paciente, misericordioso, generoso - tudo que é bom vem dele e é um reflexo de
Seu carácter. Agora, a natureza perfeitamente boa de Deus se traduz em mandamentos para nós, que se tornam nossos
deveres morais, por exemplo, "Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, entendimento e força", "Amarás o teu
próximo como a ti mesmo", "Não matarás, furtarás, ou cometerás adultério". Essas coisas são certas ou erradas baseadas nos
mandamentos de Deus, e os mandamentos de Deus não são arbitrários, mas fluem necessariamente de Sua natureza
perfeita.
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Esse é o entendimento Cristão de certo ou errado. Existe realmente um ser como Deus, que criou o mundo e nos criou à
Sua imagem. E ele, realmente, nos ordenou certas coisas. Somos, realmente, obrigados a fazer certas coisas (e a não fazer
outras). Moralidade não está apenas em sua mente. É real. Quando falhamos em cumprir os mandamentos de Deus, nós
estamos culpados perante Ele e necessitamos de Seu perdão. O problema não é só que nos sentimos culpados; nós
realmente somos culpados, não importando como nos sentimos. Eu posso não me sentir culpado porque eu tenho uma
consciência insensível, cauterizada pelo pecado; mas se eu tiver quebrado um mandamento de Deus, eu sou culpado, não
importando como eu me sinta.
Então, por exemplo, se os Nazistas tivessem vencido a Segunda Guerra e alcançassem o objectivo de lavar a mente ou
exterminar quem quer que discordasse deles, para que então todos pensassem que o Holocausto tivesse sido algo bom,
ainda assim seria errado, porque Deus afirma que é errado, não importando a opinião humana. Moralidade é baseada em
Deus, então o certo e o errado existem realmente e não são afectados pelas opiniões humanas.
Eu enfatizei esse ponto por ser tão estranho para muitas pessoas na nossa sociedade hoje. Hoje muitas pessoas pensam no
certo e errado não como uma questão de fato, mas como uma questão de gosto. Por exemplo, não há nenhum fato
objectivo em que brócolos é gostoso. É gostoso para alguns, mas ruim para outros. Pode ser ruim para você, mas é bom
para mim! As pessoas pensam o mesmo em relação aos valores morais. Algo pode ser errado para você, mas certo para
mim. Não há nenhum certo e errado na verdade. É apenas uma questão de opinião.
Agora, se não há nenhum Deus, então eu penso que essas pessoas estão absolutamente correctas. Na ausência de Deus
tudo se torna relativo. Certo e errado se tornam relativos de acordo com diferentes culturas e sociedades. Sem Deus quem
dirá que os valores de uma cultura são melhores do que os de outra? Richard Taylor, que é um proeminente filósofo
americano - e não é cristão -, esclarece isso enfaticamente. Observa atentamente o que ele diz:
A ideia de... obrigação moral é clara o bastante, estabelecida essa referência a algum legislador superior... mais do que à
referência ao estado. Em outras palavras, nossas obrigações morais podem... ser entendidas como aquelas que são impostas
por Deus... Mas e se esse legislador mais-alto-que-o-homem não for mais levado em consideração? O conceito de
obrigação moral... ainda assim fará sentido?[1]
Ele diz que a resposta é "Não." Eu cito: "O conceito de obrigação moral não é inteligível à parte da ideia de Deus. As
palavras permanecem, mas o sentido se foi" [2]
Ele continua e diz:
A era moderna, repudiando a ideia de legislador divino, todavia, tem tentado manter as ideias de moralmente certo e
errado, sem se dar conta que ao colocar Deus de lado eles também aboliram o sentido do certo e errado. Assim, até
pessoas instruídas algumas vezes declaram que certas coisas como guerra, ou aborto, ou a violação de certos direitos
humanos são moralmente errados, e pensam que disseram alguma coisa verdadeira e com sentido. As pessoas instruídas
não precisam ser lembradas, entretanto, que tais questões nunca foram respondidas à parte da religião.[3]
Você percebe o que esse filósofo não-Cristão está dizendo? Se não há Deus, se não há legislador divino, então não há
nenhuma lei moral. Se não há lei moral, então não há nenhum certo e errado. Certo e errado são simples convenções
humanas e leis variam de sociedade em sociedade. Mesmo se todas concordarem, continuariam sendo invenções humanas.
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Então se Deus não existe, certo e errado não existem também. Qualquer coisa é válida, incluindo a homossexualidade.
Então, uma das melhores maneiras de defender a legitimidade do estilo de vida homossexual é se tornar ateu. Mas o
problema é que muitos defensores da homossexualidade não querem se tornar ateus. Em particular, eles querem afirmar
que o certo e o errado existem. Então você os ouve fazendo julgamentos morais a todo tempo, por exemplo: "É errado
discriminar os homossexuais". E esses julgamentos morais não são para serem entendidos como relativos a uma cultura ou
sociedade. Eles condenariam uma sociedade como a Alemanha Nazista que lançou os homossexuais em campos de
concentração, junto com os judeus e outros indesejáveis. Quando o Colorado formulou uma ementa proibindo certos
direitos especiais para os homossexuais, Barabara Streisand convocou um boicote ao estado dizendo, "O clima moral no
Colorado se tornou inaceitável".
Mas vimos que esses tipos de julgamentos morais não tem sentido a menos que Deus exista. Se Deus não existe, tudo é
válido, incluindo a discriminação e perseguição dos homossexuais. Mas não para por aí: homicídio, estupro, tortura, abuso
infantil - nenhuma dessas coisas seriam erradas, pois sem Deus não existe certo e errado. Tudo é permitido.
Então se podemos fazer julgamentos morais sobre o que é certo ou errado, temos que afirmar que Deus existe. Mas, então,
a mesma pergunta que nós começamos - "Quem é você para dizer que a homossexualidade é errada?" - pode ser devolvida
aos activistas homossexuais: "Quem é você para dizer que a homossexualidade é certa?" Se Deus existe, então não
podemos ignorar o que Ele diz sobre o assunto. A resposta correcta ao "Quem é você...?" é "Eu? Não sou ninguém! Deus
determina o que é certo e errado, e eu só estou interessado em aprender e obedecer o que Ele diz."
Então deixe-me recapitular o que vimos até aqui. A questão da legitimidade do estilo de vida homossexual é uma pergunta
sobre o que Deus tem a ver com isso. Se não há Deus, então não há certo e errado, e não faz diferença que estilo de vida
você escolhe - o perseguidor dos homossexuais é moralmente equivalente ao defensor da homossexualidade. Mas se Deus
existe, não podemos seguir nos baseando em nossas opiniões. Temos que descobrir o que Deus acha sobre o assunto.
Então como descobrir o que Deus pensa? O Cristão diz, veja na Bíblia. E a Bíblia nos diz que Deus abomina os atos
homossexuais. Logo, eles estão errados.
Então, basicamente o raciocínio é o seguinte:
(1) Somos todos obrigados a fazer a vontade de Deus.
(2) A vontade de Deus é expressa na Bíblia.
(3) A Bíblia proíbe o comportamento homossexual.
(4) Logo, o comportamento homossexual é contrário à vontade de Deus, ou é errado.
Agora se alguém resistir a este raciocínio, ele deve negar ou (2) A Vontade de Deus é expressa na Bíblia ou (3) A Bíblia
proíbe o comportamento homossexual.
Vamos ver o ponto (3) primeiro: A Bíblia, de fato, proíbe o comportamento homossexual? Agora, veja como eu coloco a
questão. Eu não perguntei se a Bíblia proíbe a homossexualidade, mas sim se a Bíblia proíbe o comportamento
homossexual? Essa é uma distinção importante. Ser homossexual é um estado ou uma orientação; uma pessoa que tem
orientação homossexual pode jamais expressar essa orientação em acções. Por contraste, uma pessoa pode se envolver em
actos homossexuais mesmo sendo de uma orientação heterossexual. O que a Bíblia condena são as acções e
comportamento homossexual. A ideia de uma pessoa sendo homossexual por orientação é uma característica da psicologia
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moderna e pode ter sido desconhecida para as pessoas do mundo antigo. Eles estavam familiarizados com os actos
homossexuais, e é isso que a Bíblia proíbe.
Isso tem implicações enormes. Significa que todo esse debate sobre a questão de se a homossexualidade é algo que já
nasce com o individuo ou é resultado de como você foi criado, na verdade não importa no final. O que importa não é
como você recebeu sua orientação, mas o que você faz com ela. Alguns defensores da homossexualidade anseiam em
provar que seus genes, e não sua criação, que determinam se você é homossexual por que então o comportamento
homossexual seria normal e correcto. Mas essa conclusão não se segue de jeito algum. Só porque você é geneticamente
pré-disposto a algum comportamento não significa que tal comportamento é moralmente correcto. Para exemplificar,
alguns pesquisadores suspeitam que haja um gene que predispõe algumas pessoas ao alcoolismo. Isso significa que é
correcto para as pessoas com tal pré-disposição ir em frente e beber e se tornar um alcoólico? Óbvio que não! Se serve para
qualquer coisa, serve para alertá-lo que deve se abster do álcool para prevenir que isso aconteça. Agora a verdade da
questão é que nós não compreendemos completamente os papéis exercidos pela hereditariedade e a criação na produção
da homossexualidade. Mas isso realmente não importa. Mesmo se a homossexualidade fosse completamente genética, esse
fato ainda assim não seria nada distinto de um defeito de nascimento, como fissuras palatinas ou epilepsia. Não quer dizer
que é normal e que não devamos tentar corrigir.
De qualquer forma, mesmo se a homossexualidade resultar da genética ou da criação, as pessoas geralmente não escolhem
serem homossexuais. Muitos homossexuais testemunham o quão agonizante é se encontrar com esses desejos e lutar contra
eles, e eles te dirão que nunca escolheram ser assim. E a Bíblia não condena uma pessoa por ter orientação homossexual.
O que ela condena são os actos homossexuais. É perfeitamente possível ser homossexual e ainda assim ser um cristão cheio
do Espírito e nascido de novo.
Assim como um alcoólico que está limpo se levanta num encontro dos AA e diz, "Eu sou alcoólico", assim também um
homossexual que está vivendo sem a prática e se mantendo puro deve estar pronto para se levantar um encontro de oração
e dizer, "Eu sou um homossexual. Mas pela graça de Deus e pelo poder do Espírito Santo, eu tenho vivido separado para
Cristo". E eu espero que tenhamos a coragem e amor de recebê-lo como irmão ou irmã em Cristo.
Então, mais uma vez, a pergunta é: A Bíblia proíbe o comportamento homossexual? Bem, já disse que sim. A Bíblia é tão
realista! Você pode esperar que ela não mencione um tópico como o comportamento homossexual, mas, de fato, existem
seis lugares na Bíblia - três no Antigo Testamento e três no Novo Testamento - onde essa questão é abordada directamente -
para não mencionar todas as passagens que lidam com o casamento e a sexualidade que tem implicações para essa
questão. Em todas as seis passagens os actos homossexuais são inequivocamente condenados.
Em Levítico 18.22 diz que é abominação um homem se deitar com outro homem como se fosse mulher. Em Levítico 20.13
a pena de morte é prescrita em Israel para tal ato, junto com adultério, incesto e bestialidade. Agora, algumas vezes os
defensores da homossexualidade interpretam essas passagens à luz de outras proibições do Antigo Testamento contra o
contacto com animais impuros como porcos. Assim como os Cristãos não obedecem todas as leis cerimoniais do Antigo
Testamento, assim também, eles dizem, não temos que obedecer as proibições em relação aos actos homossexuais. Mas o
problema com esse argumento é que o Novo Testamento reafirma a validade das proibições do Antigo Testamento sobre o
comportamento homossexual, como veremos abaixo. Isso mostra que essas passagens não eram somente parte das leis
cerimoniais do Antigo Testamento, que já se passaram, mas sim parte da eterna lei moral de Deus. O comportamento
homossexual é um pecado sério para Deus. O terceiro lugar onde os actos homossexuais são mencionados no Antigo
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Testamento é na terrível história de Génesis 19 da tentativa de abuso aos visitantes de Ló pelos homens de Sodoma, de
onde se deriva a palavra sodomia. Deus destruiu Sodoma por causa da perversidade deles.
Agora, se isso não é o bastante, o Novo Testamento também proíbe o comportamento homossexual. Em 1 Cor. 6.9-10
Paulo escreve, "Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os
idolatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados,
nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus." A palavra traduzida como "sodomita" se refere, na
literatura Grega, ao intercurso sexual passivo ou activo entre homens. (Como eu disse, a Bíblia é muito realista!). Essa
palavra também é citada em 1 Tim. 1.10 junto com fornicadores, ladrões, mentirosos e assassinos como "contrário à sã
doutrina". O mais longo tratamento da actividade homossexual está em Romanos 1.24-28. Aqui Paulo fala sobre como as
pessoas se desviaram do Deus Criador e passaram a adorar falsos deuses criados por si mesmos.
Ele diz,
Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundície, para desonrarem seus corpos entre si;
Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito
eternamente. Amém.
Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à
natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade
uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha
ao seu erro.
Académicos liberais tem feito acrobacias para tentar dar outra explicação que não o sentido claro expresso nesses
versículos. Alguns disseram que Paulo só está condenando a prática pagã do abuso de menores pelos homens. Mas tal
interpretação é obviamente errada, visto que Paulo diz nos versos 24 e 27 que esses actos homossexuais são cometidos
"homens com homens" e no verso 26 ele fala de actos de lesbianismo também. Outros académicos têm dito que Paulo só
está condenando os heterossexuais que se envolvem em actos homossexuais, mas não os homossexuais que o fazem. Mas
essa interpretação é inventada e anacrónica. Já dissemos que foi apenas nos tempos modernos que a ideia de homossexual
com orientação heterossexual se desenvolveu. O que Paulo está condenando são os actos homossexuais, não importando a
orientação. Dado o contexto dessa passagem do Antigo Testamento e do que diz Paulo em 1 Cor. 6.9-10 e 1 Tim 1.10, é
claro que Paulo está proibindo tais actos. Ele vê esse comportamento como evidência de uma mente corrompida que se
afastou de Deus e foi entregue por Ele à degeneração moral.
Então a Bíblia é muito clara no que diz respeito ao comportamento homossexual. É contrário ao plano de Deus e é pecado.
Mesmo se não existissem todas essas passagens explícitas que lidam com os actos homossexuais, tais actos ainda seriam
proibidos sob o mandamento "Não adulterarás". O plano de Deus para a actividade sexual humana é reservado para o
casamento: qualquer actividade sexual fora da segurança dos laços matrimoniais - seja sexo pré-matrimonial ou
extraconjugal, homo ou heterossexual - é proibida. O sexo foi desenhado por Deus para o casamento.
Alguém pode dizer que Deus fez o sexo para o casamento, então vamos permitir que os homossexuais se casem para que
não estejam cometendo adultério! Mas essa sugestão é uma interpretação completamente errada da intenção de Deus para
o casamento. Na história da criação em Génesis, nos é dito como Deus fez a mulher como uma auxiliadora ideal ao
homem, o complemento perfeito dado por Deus. Então é dito, "Por essa razão, deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua
mulher, tornando-se ambos uma só carne". Esse é o padrão de Deus para o casamento, e no Novo Testamento Paulo cita
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essa passagem e então diz, "Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja" (Ef. 5.32). Paulo diz que
a união entre o homem e sua mulher é um símbolo vivo da unidade entre Cristo e seu povo, a Igreja. Quando pensamos
nisso, podemos ver que terrível sacrilégio, que desprezo pelo plano de Deus, é a união homossexual. Isso ataca a intenção
de Deus para a humanidade no momento da criação.
O que foi dito acima também demonstra o quão tolo é quando algum defensor da homossexualidade diz, "Jesus nunca
condenou o comportamento homossexual, então porque deveríamos condenar?" Jesus não mencionou especificamente
muitas coisas que sabemos que são erradas, tais como bestialidade ou tortura, mas isso não significa que ele as aprovou. O
que Jesus faz é citar Génesis para afirmar o padrão de Deus para o casamento como base de seu próprio ensinamento sobre
o divórcio. Em Marcos 10.6-8, Ele diz, "Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso deixará o
homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma
só carne." Dois homens se tornando uma só carne no intercurso homossexual seria uma violação da ordem e intenção de
Deus. Ele criou homem e mulher para serem indissoluvelmente unidos no casamento, não dois homens ou duas mulheres.
Para recapitular, então, a Bíblia clara e consistentemente proíbe a actividade homossexual. Então se a vontade de Deus é
expressa na Bíblia, daí se segue que o comportamento homossexual é contrário à vontade de Deus.
Mas suponha que alguém negue o ponto (2) que a vontade de Deus é expressa na Bíblia. Suponha que ele diga que as
proibições contra o comportamento homossexual eram válidas para aquele tempo e aquela cultura, mas não são mais
válidas hoje. Afinal, a maioria de nós provavelmente concordaria que certos mandamentos na Bíblia são relativos à cultura.
Por exemplo, a Bíblia diz que as mulheres cristãs não deveriam usar jóias e os homens não deveriam ter cabelos
compridos. Mas a maioria de nós diria que apesar desses mandamentos terem uma essência atemporal - por exemplo, a
regra de se vestir modestamente - esse principio pode ser expresso diferentemente em diferentes culturas. Da mesma forma,
algumas pessoas estão dizendo que as proibições da Bíblia contra o comportamento homossexual não são mais válidas
para nossos dias e era.
Mas eu penso que essa objecção representa um sério erro de interpretação. Não há evidência de que o mandamento de
Paulo em relação aos actos homossexuais sejam culturalmente relativos. Longe de ser um reflexo da cultura na qual ele
escreveu, os mandamentos de Paulo eram totalmente contra-culturais! A actividade homossexual era difundida na Grécia
antiga e na sociedade Romana como é hoje nos Estados Unidos, e ainda assim Paulo se posicionou contra a cultura e se
opôs a ela. Mais importante, temos visto que as proibições da Bíblia contra a actividade homossexual estão enraizadas, não
na cultura, mas no padrão estabelecido por Deus para o casamento logo na criação. Você não pode negar que a proibição
da Bíblia sobre as relações homossexuais expressam a vontade de Deus a menos que rejeite também que o próprio
casamento represente a vontade de Deus.
Bem, suponha que alguém diga, "Eu acredito em Deus, mas não no Deus da Bíblia. Por isso eu não acredito que a Bíblia
expressa a vontade de Deus." O que você diria a essa pessoa?
Me parece que existem duas formas de responder. Primeiro, você poderia tentar mostrar para ela que Deus se revelou na
Bíblia. Essa é a tarefa da apologética cristã. Você pode falar sobre as evidências para a ressurreição de Jesus ou profecias
cumpridas. As Escrituras nos ordenam a ter tal defesa pronta para compartilhar com qualquer um que nos perguntar porque
acreditamos no que acreditamos (1Pe 3.15).
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Ou segundo, você pode tentar mostrar que o comportamento homossexual é errado apelando para verdades morais aceitas
pela maioria que mesmo pessoas que não crêem na Bíblia aceitam. Enquanto essa abordagem é mais difícil, todavia, eu
acredito ser crucial se nós Cristãos quisermos impactar nossa cultura contemporânea. Vivemos em uma sociedade que é
cada vez mais secular, cada vez mais pós-Cristã. Não podemos apenas apelar para a Bíblia se quisermos influenciar os
legisladores ou as escolas públicas ou outras instituições por que a maioria das pessoas não acredita mais na Bíblia.
Devemos apresentar razões que tenham um apelo maior.
Por exemplo, eu acho que muitas pessoas concordariam com o principio de que é errado se envolver em comportamento
auto-destrutivo. Pois tal comportamento destrói o ser humano que é inerentemente valioso. Assim, muitas pessoas, eu acho,
diriam que é errado se tornar alcoólico ou fumante viciado. Elas diriam que é bom comer bem e se exercitar. Além do mais,
eu acho que quase todo mundo concordaria com o principio de que é errado se envolver em comportamento que
prejudique uma outra pessoa. Por exemplo, nós restringimos os fumantes a certas áreas para que outras pessoas não inalem
fumo passivamente, e formulamos leis contra embriaguez na direcção para que pessoas inocentes não se machuquem.
Quase todo mundo concorda que você não tem direito de se envolver em comportamento que seja destrutivo a outro ser
humano.
Mas não é difícil demonstrar que o comportamento homossexual é um dos comportamentos mais auto-destrutivos e
prejudiciais que uma pessoa pode se envolver. O fato não é publicamente divulgado. Hollywood e os media
inflexivelmente tendem a colocar um ar de alegria sobre a homossexualidade, enquanto na verdade é um estilo de vida
depressivo, perturbador e perigoso, tão viciante e destrutivo quando o alcoolismo ou o fumo. Mas as estatísticas que eu vou
compartilhar com você estão bem documentadas pelo Dr. Thomas Schmidt no seu memorável livro Straight and
Narrow?[4]
Para começar, existe uma quase compulsiva promiscuidade associada com o comportamento homossexual. 75% dos
homens homossexuais têm mais de 100 parceiros durante toda a vida. Mais da metade desses parceiros são estranhos.
Apenas 8% dos homens homossexuais e 7% das mulheres homossexuais têm relacionamentos que duram mais de três
anos. Ninguém sabe a razão dessa promiscuidade estranha e obsessiva. Pode ser que os homossexuais estejam tentando
satisfazer uma profunda necessidade psicológica através das relações sexuais, necessidade que nunca é satisfeita. Homens
homossexuais têm em média 20 parceiros por ano. De acordo com o Dr. Schmidt,
"O número de homens homossexuais que experimenta algo como fidelidade vitalícia se torna, falando estatisticamente,
quase sem sentido. A promiscuidade entre homens homossexuais não é um simples estereótipo, e não é simplesmente a
experiência maioritária - é praticamente a única experiência. Fidelidade vitalícia é quase não-existente na experiência
homossexual."
Aliada à promiscuidade compulsiva o uso de drogas é difundido entre os homossexuais para aprofundar suas experiências
sexuais. Os homossexuais de um modo geral são três vezes mais propensos a terem problemas com bebidas do que a
população média. Estudos revelam que 47% dos homens homossexuais tem um histórico de abuso de álcool e 51% tem
um histórico de abuso de drogas. Há uma correlação directa entre o número de parceiros e o nível de drogas consumidas.
Além do mais, de acordo com Schmidt, "Existem enormes evidências de que algumas desordens mentais ocorrem com
muito mais frequência entre homossexuais." Por exemplo, 40% dos homens homossexuais tem um histórico de depressão
profunda. Os homens de um modo geral apresentam um histórico de depressão de apenas 3%. De forma similar, 37% das
mulheres homossexuais têm um histórico de depressão. Isso leva a um alto índice de suicídio. Os homossexuais são três
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vezes mais propensos a tentativas de suicídio do que a população média. De fato, homens homossexuais tem um índice de
tentativa de suicídio seis vezes maior do que dos homens heterossexuais, e as mulheres homossexuais tentam se suicidar
duas vezes mais do que mulheres heterossexuais. Nem a depressão nem o suicídio são os únicos problemas. Os estudos
revelam que os homossexuais são mais propensos à prática de pedofilia do que os homens heterossexuais. Qualquer que
seja a causa dessas desordens, o fato é que qualquer um que considere a possibilidade de se envolver num estilo de vida
homossexual não pode se iludir sobre onde ele está entrando.
Outro segredo bem guardado é quão fisicamente perigoso o comportamento homossexual é. Não vou descrever o tipo de
actividade sexual praticada pelos homossexuais, mas deixe-me dizer que nossos corpos, macho e fêmea, foram desenhados
para o intercurso sexual de uma forma que os corpos de dois homens não foram. Como resultado, a actividade
homossexual, 80% é de homens, é muito destrutiva, resultando em problemas como danos à próstata, úlceras e rupturas,
incontinência crónica e diarreia.
Além desses problemas físicos, as doenças sexualmente transmissíveis são muito disseminadas entre a população
homossexual. 75% dos homens homossexuais têm uma ou mais doenças sexualmente transmissíveis, não incluindo a AIDS.
Isso inclui todo o tipo de infecções não-virais como gonorreia, sífilis, infecções bacterianas e parasitas. Também é comum
entre os homossexuais, doenças virais como herpes e hepatite B (que afecta 65% dos homens homossexuais), ambas sendo
incuráveis, bem como a hepatite A e verrugas anais, que afectam 40% dos homens homossexuais. E eu sequer incluí a
AIDS. Talvez a mais chocante e terrível estatística é que, deixando de lado aqueles que morrem devido a AIDS, a
expectativa de vida do homem homossexual é de 45 anos aproximadamente. E a do homem comum é de 70 anos. Se você
incluir aqueles quem morrem de AIDS, que agora afecta 30% dos homens homossexuais, a expectativa de vida cai para 39
anos de idade.
Então eu acredito que se pode fazer uma boa defesa de que o comportamento homossexual é errado apenas baseando-se
em princípios morais aceitos geralmente. Assim, totalmente à parte da proibição Bíblica, existem boas razões para
considerar a actividade homossexual como errada.
Isso tem importantes implicações para a política pública em relação ao comportamento homossexual. Pois políticas e leis
públicas são baseadas em princípios morais aceitos por todos. É por causa disso, por exemplo, que temos leis que regulam
a venda de bebidas alcoólicas de várias formas ou leis proibindo o jogo ou restringindo o fumo. Essas restrições sobre a
liberdade individual são impostas para o bem comum. Da mesma forma, alguns estados, como nosso estado da Geórgia,
tem leis proibindo a sodomia, e a Suprema Corte afirmou que tais leis são constitucionais. Embora essas leis não sejam
obrigatórias, elas são legais à luz do risco apresentado por tal comportamento.
Agora em outros casos, leis obrigatórias em relação a homossexualidade podem ser propostas, e os Cristãos tem que pensar
bem sobre isso em relação aos indivíduos. Por exemplo, um Cristão pode não ver nenhuma razão para que não seja dada
oportunidade igual de compra e aluguer de imóveis para pessoas que são homossexuais. Mas eu posso imaginar que um
Cristão pode apresentar um projecto de lei contra as oportunidades de trabalho iguais para homossexuais. Pois alguns
empregos podem ser inapropriados para tais pessoas. Por exemplo, você gostaria que uma lésbica praticante fosse a
professora de educação física da sua filha na escola? Você gostaria de que o técnico do seu filho fosse um homossexual que
entrasse no vestiário junto com os garotos? Eu não apoiaria uma lei que forçasse as escolas públicas a contratar essas
pessoas.
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Ou novamente, as aulas de saúde das escolas públicas deveriam ensinar que a homossexualidade é um estilo de vida
legítimo, ou será que os estudantes deveriam ler Heather has Two Mommies (Heather tem duas mamãs)? As uniões
homossexuais devem ser reconhecidas como sendo tão legais quanto os casamentos homossexuais? Deveria se permitir que
os homossexuais adoptassem crianças? Em todos esses casos, se pode argumentar a favor de restrições às liberdades
homossexuais se baseando no bem público e na saúde pública geral. Não é uma questão de impor os valores pessoais de
alguém sobre outro alguém, visto que isso se baseia nos mesmos princípios morais que são usados, por exemplo, para banir
o uso de drogas ou restringir o uso de armas. A liberdade não significa licença para se envolver em acções que possam
prejudicar os outros.
Recapitulando, vimos que, primeiro, o certo e errado existem porque se baseiam em Deus. Então se quisermos saber o que
é certo ou errado, devemos ver o que Deus diz sobre isso. Segundo, vimos que a Bíblia consistentemente e claramente
proíbe os actos homossexuais, assim como proíbe todo o ato sexual fora do matrimónio. Terceiro, vimos que as proibições
Bíblicas em relação a tais comportamentos não podem ser explicadas à luz do contexto cultural nas quais foram escritas
porque tais proibições estão pautadas no plano divino para o casamento homem-mulher. Além do mais, mesmo à parte da
Bíblia, existem princípios morais geralmente aceitos que implicam que o comportamento homossexual é errado.
Agora, que aplicações práticas isso tem para todos nós como indivíduos?
Primeiro, se você é um homossexual ou tenha essa inclinação, se mantenha puro. Se você não é casado, deve praticar
abstinência de toda actividade sexual. Eu sei que isso é difícil, mas o que Deus está pedindo que você faça é simplesmente
o mesmo que ele requer de todas as pessoas solteiras. Isso significa não só manter seu corpo puro, mas especialmente sua
mente. Assim como o homem heterossexual deve evitar a pornografia e a imaginação, você, também, precisa manter sua
vida e pensamento limpos. Resista à tentação de racionalizar o pecado dizendo, "Deus me fez assim." Deus deixou muito
claro que ele não quer que você ceda aos seus pecados, mas sim que você O honre mantendo o corpo e a mente puros.
Finalmente, procure aconselhamento profissional Cristão. Com tempo e esforço, você pode vir a usufruir de relações
normais e heterossexuais com sua esposa. Há esperança.
Segundo, para aqueles que são heterossexuais, precisamos nos lembrar que ser homossexual não é nenhum pecado. A
maioria dos homossexuais não escolheu tal orientação e gostaria de mudar se pudesse. Precisamos aceitar e apoiar
carinhosamente irmãos e irmãs que lutam com esse problema. E, em geral, precisamos estender o amor de Deus a essas
pessoas. Palavras vulgares e piadas sobre homossexuais jamais devem passar pelos lábios de um Cristão. Se você se
encontrar tendo prazer quando alguma aflição cai sobre um homossexual ou se tem sentimentos de ódio aos homossexuais,
então você precisa reflectir bastante e com afinco nas palavras de Jesus relatadas em Mateus: "Em verdade vos digo que, no
dia do juízo, haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que para você." (Mt. 10.15; 11.42).
Notas
1 Richard Taylor, Ethics, Faith, and Reason (Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall, 1985), pp. 83-4.
2 Ibid.
3 Ibid., pp. 2-3.
4 Thomas Schmidt, Straight and Narrow? (Downer’s Gove, Ill.: Inter-Varsity Press, 1995).
Craig é o maior apologista Cristão de nossos tempos. Hábil debatedor, ele já enfrentou grandes pensadores cépticos como
Antony Flew, Bart Ehrman, John D. Crossan nos campi de Universidades como Harvard, Oxford e Princeton debatendo
tópicos como a existência de Deus e a historicidade da ressurreição de Cristo. É autor dos livros A Veracidade da Fé Cristã e
Filosofia e Cosmovisão Cristã. Neste artigo ele desenvolve uma perspectiva cristã sobre a delicada, e contemporânea,
questão da homossexualidade.
Uma das questões mais importantes e voláteis que a Igreja enfrenta hoje é a questão da homossexualidade como um estilo
de vida alternativo. A Igreja não pode se esquivar dessa questão. Eventos como o brutal assassinato de Matthew Shepherd,
o estudante homossexual de Wyoming, ou os recentes escândalos envolvendo padres pedófilos, que abalaram a Igreja
Católica, servem para trazer essa questão para o centro da cultura Americana
Cristãos que rejeitam a legitimidade do estilo de vida homossexual são geralmente taxados de homofóbicos, intolerantes e
até odiosos. Há uma grande intimidação em relação a essa questão. Algumas igrejas inclusive tem aprovado o estilo de vida
homossexual e aceitam aqueles que praticam a homossexualidade como ministros da igreja.
E não pense que isso só tem acontecido em igrejas liberais. Um grupo de evangélicos chamado Evangelicals Concerned é
um grupo de pessoas que aparentam ser cristãos nascidos-de-novo, crentes na Bíblia, mas também homossexuais
praticantes. Eles alegam que a Bíblia não proíbe a actividade homossexual ou que seus mandamentos não são válidos para
hoje, mas são apenas reflexo da cultura no qual eles foram escritos. Essas pessoas podem ser ortodoxas em relação a Jesus e
todas as outras áreas de ensino; mas eles pensam que é correcto ser um homossexual praticante. Eu lembro de ouvir um
académico do Novo Testamento numa conferência profissional relatar a história de que uma vez foi falar em um de seus
encontros. "As pessoas estavam seriamente preocupadas sobre o que você iria dizer," seu anfitrião disse depois do encontro.
"Por que?" ele perguntou surpreso. "Você sabe que eu não sou homofóbico!" "Ah, não, não era essa a preocupação", seu
anfitrião afirmou. "Eles temiam que fosse você ser muito histórico-crítico!"
Então quem somos nós para dizer que esses aparentes cristãos sinceros estão errados?
Essa é uma pergunta muito importante. Quem somos nós para dizer que eles estão errados? Mas essa pergunta levanta uma
pergunta ainda mais profunda, que deve ser respondida primeiro: o certo e o errado realmente existem? Antes de
determinar o quê é certo ou errado, você tem que saber que realmente há um certo e errado.
Bem, qual é a base para dizer que o certo e o errado existem, que realmente há uma diferença entre os dois?
Tradicionalmente, a resposta tem sido que os valores morais se baseiam em Deus. Deus é, pela Sua própria natureza,
perfeitamente santo e bom. Ele é justo, paciente, misericordioso, generoso - tudo que é bom vem dele e é um reflexo de
Seu carácter. Agora, a natureza perfeitamente boa de Deus se traduz em mandamentos para nós, que se tornam nossos
deveres morais, por exemplo, "Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, entendimento e força", "Amarás o teu
próximo como a ti mesmo", "Não matarás, furtarás, ou cometerás adultério". Essas coisas são certas ou erradas baseadas nos
mandamentos de Deus, e os mandamentos de Deus não são arbitrários, mas fluem necessariamente de Sua natureza
perfeita.
2
Esse é o entendimento Cristão de certo ou errado. Existe realmente um ser como Deus, que criou o mundo e nos criou à
Sua imagem. E ele, realmente, nos ordenou certas coisas. Somos, realmente, obrigados a fazer certas coisas (e a não fazer
outras). Moralidade não está apenas em sua mente. É real. Quando falhamos em cumprir os mandamentos de Deus, nós
estamos culpados perante Ele e necessitamos de Seu perdão. O problema não é só que nos sentimos culpados; nós
realmente somos culpados, não importando como nos sentimos. Eu posso não me sentir culpado porque eu tenho uma
consciência insensível, cauterizada pelo pecado; mas se eu tiver quebrado um mandamento de Deus, eu sou culpado, não
importando como eu me sinta.
Então, por exemplo, se os Nazistas tivessem vencido a Segunda Guerra e alcançassem o objectivo de lavar a mente ou
exterminar quem quer que discordasse deles, para que então todos pensassem que o Holocausto tivesse sido algo bom,
ainda assim seria errado, porque Deus afirma que é errado, não importando a opinião humana. Moralidade é baseada em
Deus, então o certo e o errado existem realmente e não são afectados pelas opiniões humanas.
Eu enfatizei esse ponto por ser tão estranho para muitas pessoas na nossa sociedade hoje. Hoje muitas pessoas pensam no
certo e errado não como uma questão de fato, mas como uma questão de gosto. Por exemplo, não há nenhum fato
objectivo em que brócolos é gostoso. É gostoso para alguns, mas ruim para outros. Pode ser ruim para você, mas é bom
para mim! As pessoas pensam o mesmo em relação aos valores morais. Algo pode ser errado para você, mas certo para
mim. Não há nenhum certo e errado na verdade. É apenas uma questão de opinião.
Agora, se não há nenhum Deus, então eu penso que essas pessoas estão absolutamente correctas. Na ausência de Deus
tudo se torna relativo. Certo e errado se tornam relativos de acordo com diferentes culturas e sociedades. Sem Deus quem
dirá que os valores de uma cultura são melhores do que os de outra? Richard Taylor, que é um proeminente filósofo
americano - e não é cristão -, esclarece isso enfaticamente. Observa atentamente o que ele diz:
A ideia de... obrigação moral é clara o bastante, estabelecida essa referência a algum legislador superior... mais do que à
referência ao estado. Em outras palavras, nossas obrigações morais podem... ser entendidas como aquelas que são impostas
por Deus... Mas e se esse legislador mais-alto-que-o-homem não for mais levado em consideração? O conceito de
obrigação moral... ainda assim fará sentido?[1]
Ele diz que a resposta é "Não." Eu cito: "O conceito de obrigação moral não é inteligível à parte da ideia de Deus. As
palavras permanecem, mas o sentido se foi" [2]
Ele continua e diz:
A era moderna, repudiando a ideia de legislador divino, todavia, tem tentado manter as ideias de moralmente certo e
errado, sem se dar conta que ao colocar Deus de lado eles também aboliram o sentido do certo e errado. Assim, até
pessoas instruídas algumas vezes declaram que certas coisas como guerra, ou aborto, ou a violação de certos direitos
humanos são moralmente errados, e pensam que disseram alguma coisa verdadeira e com sentido. As pessoas instruídas
não precisam ser lembradas, entretanto, que tais questões nunca foram respondidas à parte da religião.[3]
Você percebe o que esse filósofo não-Cristão está dizendo? Se não há Deus, se não há legislador divino, então não há
nenhuma lei moral. Se não há lei moral, então não há nenhum certo e errado. Certo e errado são simples convenções
humanas e leis variam de sociedade em sociedade. Mesmo se todas concordarem, continuariam sendo invenções humanas.
3
Então se Deus não existe, certo e errado não existem também. Qualquer coisa é válida, incluindo a homossexualidade.
Então, uma das melhores maneiras de defender a legitimidade do estilo de vida homossexual é se tornar ateu. Mas o
problema é que muitos defensores da homossexualidade não querem se tornar ateus. Em particular, eles querem afirmar
que o certo e o errado existem. Então você os ouve fazendo julgamentos morais a todo tempo, por exemplo: "É errado
discriminar os homossexuais". E esses julgamentos morais não são para serem entendidos como relativos a uma cultura ou
sociedade. Eles condenariam uma sociedade como a Alemanha Nazista que lançou os homossexuais em campos de
concentração, junto com os judeus e outros indesejáveis. Quando o Colorado formulou uma ementa proibindo certos
direitos especiais para os homossexuais, Barabara Streisand convocou um boicote ao estado dizendo, "O clima moral no
Colorado se tornou inaceitável".
Mas vimos que esses tipos de julgamentos morais não tem sentido a menos que Deus exista. Se Deus não existe, tudo é
válido, incluindo a discriminação e perseguição dos homossexuais. Mas não para por aí: homicídio, estupro, tortura, abuso
infantil - nenhuma dessas coisas seriam erradas, pois sem Deus não existe certo e errado. Tudo é permitido.
Então se podemos fazer julgamentos morais sobre o que é certo ou errado, temos que afirmar que Deus existe. Mas, então,
a mesma pergunta que nós começamos - "Quem é você para dizer que a homossexualidade é errada?" - pode ser devolvida
aos activistas homossexuais: "Quem é você para dizer que a homossexualidade é certa?" Se Deus existe, então não
podemos ignorar o que Ele diz sobre o assunto. A resposta correcta ao "Quem é você...?" é "Eu? Não sou ninguém! Deus
determina o que é certo e errado, e eu só estou interessado em aprender e obedecer o que Ele diz."
Então deixe-me recapitular o que vimos até aqui. A questão da legitimidade do estilo de vida homossexual é uma pergunta
sobre o que Deus tem a ver com isso. Se não há Deus, então não há certo e errado, e não faz diferença que estilo de vida
você escolhe - o perseguidor dos homossexuais é moralmente equivalente ao defensor da homossexualidade. Mas se Deus
existe, não podemos seguir nos baseando em nossas opiniões. Temos que descobrir o que Deus acha sobre o assunto.
Então como descobrir o que Deus pensa? O Cristão diz, veja na Bíblia. E a Bíblia nos diz que Deus abomina os atos
homossexuais. Logo, eles estão errados.
Então, basicamente o raciocínio é o seguinte:
(1) Somos todos obrigados a fazer a vontade de Deus.
(2) A vontade de Deus é expressa na Bíblia.
(3) A Bíblia proíbe o comportamento homossexual.
(4) Logo, o comportamento homossexual é contrário à vontade de Deus, ou é errado.
Agora se alguém resistir a este raciocínio, ele deve negar ou (2) A Vontade de Deus é expressa na Bíblia ou (3) A Bíblia
proíbe o comportamento homossexual.
Vamos ver o ponto (3) primeiro: A Bíblia, de fato, proíbe o comportamento homossexual? Agora, veja como eu coloco a
questão. Eu não perguntei se a Bíblia proíbe a homossexualidade, mas sim se a Bíblia proíbe o comportamento
homossexual? Essa é uma distinção importante. Ser homossexual é um estado ou uma orientação; uma pessoa que tem
orientação homossexual pode jamais expressar essa orientação em acções. Por contraste, uma pessoa pode se envolver em
actos homossexuais mesmo sendo de uma orientação heterossexual. O que a Bíblia condena são as acções e
comportamento homossexual. A ideia de uma pessoa sendo homossexual por orientação é uma característica da psicologia
4
moderna e pode ter sido desconhecida para as pessoas do mundo antigo. Eles estavam familiarizados com os actos
homossexuais, e é isso que a Bíblia proíbe.
Isso tem implicações enormes. Significa que todo esse debate sobre a questão de se a homossexualidade é algo que já
nasce com o individuo ou é resultado de como você foi criado, na verdade não importa no final. O que importa não é
como você recebeu sua orientação, mas o que você faz com ela. Alguns defensores da homossexualidade anseiam em
provar que seus genes, e não sua criação, que determinam se você é homossexual por que então o comportamento
homossexual seria normal e correcto. Mas essa conclusão não se segue de jeito algum. Só porque você é geneticamente
pré-disposto a algum comportamento não significa que tal comportamento é moralmente correcto. Para exemplificar,
alguns pesquisadores suspeitam que haja um gene que predispõe algumas pessoas ao alcoolismo. Isso significa que é
correcto para as pessoas com tal pré-disposição ir em frente e beber e se tornar um alcoólico? Óbvio que não! Se serve para
qualquer coisa, serve para alertá-lo que deve se abster do álcool para prevenir que isso aconteça. Agora a verdade da
questão é que nós não compreendemos completamente os papéis exercidos pela hereditariedade e a criação na produção
da homossexualidade. Mas isso realmente não importa. Mesmo se a homossexualidade fosse completamente genética, esse
fato ainda assim não seria nada distinto de um defeito de nascimento, como fissuras palatinas ou epilepsia. Não quer dizer
que é normal e que não devamos tentar corrigir.
De qualquer forma, mesmo se a homossexualidade resultar da genética ou da criação, as pessoas geralmente não escolhem
serem homossexuais. Muitos homossexuais testemunham o quão agonizante é se encontrar com esses desejos e lutar contra
eles, e eles te dirão que nunca escolheram ser assim. E a Bíblia não condena uma pessoa por ter orientação homossexual.
O que ela condena são os actos homossexuais. É perfeitamente possível ser homossexual e ainda assim ser um cristão cheio
do Espírito e nascido de novo.
Assim como um alcoólico que está limpo se levanta num encontro dos AA e diz, "Eu sou alcoólico", assim também um
homossexual que está vivendo sem a prática e se mantendo puro deve estar pronto para se levantar um encontro de oração
e dizer, "Eu sou um homossexual. Mas pela graça de Deus e pelo poder do Espírito Santo, eu tenho vivido separado para
Cristo". E eu espero que tenhamos a coragem e amor de recebê-lo como irmão ou irmã em Cristo.
Então, mais uma vez, a pergunta é: A Bíblia proíbe o comportamento homossexual? Bem, já disse que sim. A Bíblia é tão
realista! Você pode esperar que ela não mencione um tópico como o comportamento homossexual, mas, de fato, existem
seis lugares na Bíblia - três no Antigo Testamento e três no Novo Testamento - onde essa questão é abordada directamente -
para não mencionar todas as passagens que lidam com o casamento e a sexualidade que tem implicações para essa
questão. Em todas as seis passagens os actos homossexuais são inequivocamente condenados.
Em Levítico 18.22 diz que é abominação um homem se deitar com outro homem como se fosse mulher. Em Levítico 20.13
a pena de morte é prescrita em Israel para tal ato, junto com adultério, incesto e bestialidade. Agora, algumas vezes os
defensores da homossexualidade interpretam essas passagens à luz de outras proibições do Antigo Testamento contra o
contacto com animais impuros como porcos. Assim como os Cristãos não obedecem todas as leis cerimoniais do Antigo
Testamento, assim também, eles dizem, não temos que obedecer as proibições em relação aos actos homossexuais. Mas o
problema com esse argumento é que o Novo Testamento reafirma a validade das proibições do Antigo Testamento sobre o
comportamento homossexual, como veremos abaixo. Isso mostra que essas passagens não eram somente parte das leis
cerimoniais do Antigo Testamento, que já se passaram, mas sim parte da eterna lei moral de Deus. O comportamento
homossexual é um pecado sério para Deus. O terceiro lugar onde os actos homossexuais são mencionados no Antigo
5
Testamento é na terrível história de Génesis 19 da tentativa de abuso aos visitantes de Ló pelos homens de Sodoma, de
onde se deriva a palavra sodomia. Deus destruiu Sodoma por causa da perversidade deles.
Agora, se isso não é o bastante, o Novo Testamento também proíbe o comportamento homossexual. Em 1 Cor. 6.9-10
Paulo escreve, "Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os
idolatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados,
nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus." A palavra traduzida como "sodomita" se refere, na
literatura Grega, ao intercurso sexual passivo ou activo entre homens. (Como eu disse, a Bíblia é muito realista!). Essa
palavra também é citada em 1 Tim. 1.10 junto com fornicadores, ladrões, mentirosos e assassinos como "contrário à sã
doutrina". O mais longo tratamento da actividade homossexual está em Romanos 1.24-28. Aqui Paulo fala sobre como as
pessoas se desviaram do Deus Criador e passaram a adorar falsos deuses criados por si mesmos.
Ele diz,
Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundície, para desonrarem seus corpos entre si;
Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito
eternamente. Amém.
Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à
natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade
uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha
ao seu erro.
Académicos liberais tem feito acrobacias para tentar dar outra explicação que não o sentido claro expresso nesses
versículos. Alguns disseram que Paulo só está condenando a prática pagã do abuso de menores pelos homens. Mas tal
interpretação é obviamente errada, visto que Paulo diz nos versos 24 e 27 que esses actos homossexuais são cometidos
"homens com homens" e no verso 26 ele fala de actos de lesbianismo também. Outros académicos têm dito que Paulo só
está condenando os heterossexuais que se envolvem em actos homossexuais, mas não os homossexuais que o fazem. Mas
essa interpretação é inventada e anacrónica. Já dissemos que foi apenas nos tempos modernos que a ideia de homossexual
com orientação heterossexual se desenvolveu. O que Paulo está condenando são os actos homossexuais, não importando a
orientação. Dado o contexto dessa passagem do Antigo Testamento e do que diz Paulo em 1 Cor. 6.9-10 e 1 Tim 1.10, é
claro que Paulo está proibindo tais actos. Ele vê esse comportamento como evidência de uma mente corrompida que se
afastou de Deus e foi entregue por Ele à degeneração moral.
Então a Bíblia é muito clara no que diz respeito ao comportamento homossexual. É contrário ao plano de Deus e é pecado.
Mesmo se não existissem todas essas passagens explícitas que lidam com os actos homossexuais, tais actos ainda seriam
proibidos sob o mandamento "Não adulterarás". O plano de Deus para a actividade sexual humana é reservado para o
casamento: qualquer actividade sexual fora da segurança dos laços matrimoniais - seja sexo pré-matrimonial ou
extraconjugal, homo ou heterossexual - é proibida. O sexo foi desenhado por Deus para o casamento.
Alguém pode dizer que Deus fez o sexo para o casamento, então vamos permitir que os homossexuais se casem para que
não estejam cometendo adultério! Mas essa sugestão é uma interpretação completamente errada da intenção de Deus para
o casamento. Na história da criação em Génesis, nos é dito como Deus fez a mulher como uma auxiliadora ideal ao
homem, o complemento perfeito dado por Deus. Então é dito, "Por essa razão, deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua
mulher, tornando-se ambos uma só carne". Esse é o padrão de Deus para o casamento, e no Novo Testamento Paulo cita
6
essa passagem e então diz, "Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja" (Ef. 5.32). Paulo diz que
a união entre o homem e sua mulher é um símbolo vivo da unidade entre Cristo e seu povo, a Igreja. Quando pensamos
nisso, podemos ver que terrível sacrilégio, que desprezo pelo plano de Deus, é a união homossexual. Isso ataca a intenção
de Deus para a humanidade no momento da criação.
O que foi dito acima também demonstra o quão tolo é quando algum defensor da homossexualidade diz, "Jesus nunca
condenou o comportamento homossexual, então porque deveríamos condenar?" Jesus não mencionou especificamente
muitas coisas que sabemos que são erradas, tais como bestialidade ou tortura, mas isso não significa que ele as aprovou. O
que Jesus faz é citar Génesis para afirmar o padrão de Deus para o casamento como base de seu próprio ensinamento sobre
o divórcio. Em Marcos 10.6-8, Ele diz, "Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso deixará o
homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma
só carne." Dois homens se tornando uma só carne no intercurso homossexual seria uma violação da ordem e intenção de
Deus. Ele criou homem e mulher para serem indissoluvelmente unidos no casamento, não dois homens ou duas mulheres.
Para recapitular, então, a Bíblia clara e consistentemente proíbe a actividade homossexual. Então se a vontade de Deus é
expressa na Bíblia, daí se segue que o comportamento homossexual é contrário à vontade de Deus.
Mas suponha que alguém negue o ponto (2) que a vontade de Deus é expressa na Bíblia. Suponha que ele diga que as
proibições contra o comportamento homossexual eram válidas para aquele tempo e aquela cultura, mas não são mais
válidas hoje. Afinal, a maioria de nós provavelmente concordaria que certos mandamentos na Bíblia são relativos à cultura.
Por exemplo, a Bíblia diz que as mulheres cristãs não deveriam usar jóias e os homens não deveriam ter cabelos
compridos. Mas a maioria de nós diria que apesar desses mandamentos terem uma essência atemporal - por exemplo, a
regra de se vestir modestamente - esse principio pode ser expresso diferentemente em diferentes culturas. Da mesma forma,
algumas pessoas estão dizendo que as proibições da Bíblia contra o comportamento homossexual não são mais válidas
para nossos dias e era.
Mas eu penso que essa objecção representa um sério erro de interpretação. Não há evidência de que o mandamento de
Paulo em relação aos actos homossexuais sejam culturalmente relativos. Longe de ser um reflexo da cultura na qual ele
escreveu, os mandamentos de Paulo eram totalmente contra-culturais! A actividade homossexual era difundida na Grécia
antiga e na sociedade Romana como é hoje nos Estados Unidos, e ainda assim Paulo se posicionou contra a cultura e se
opôs a ela. Mais importante, temos visto que as proibições da Bíblia contra a actividade homossexual estão enraizadas, não
na cultura, mas no padrão estabelecido por Deus para o casamento logo na criação. Você não pode negar que a proibição
da Bíblia sobre as relações homossexuais expressam a vontade de Deus a menos que rejeite também que o próprio
casamento represente a vontade de Deus.
Bem, suponha que alguém diga, "Eu acredito em Deus, mas não no Deus da Bíblia. Por isso eu não acredito que a Bíblia
expressa a vontade de Deus." O que você diria a essa pessoa?
Me parece que existem duas formas de responder. Primeiro, você poderia tentar mostrar para ela que Deus se revelou na
Bíblia. Essa é a tarefa da apologética cristã. Você pode falar sobre as evidências para a ressurreição de Jesus ou profecias
cumpridas. As Escrituras nos ordenam a ter tal defesa pronta para compartilhar com qualquer um que nos perguntar porque
acreditamos no que acreditamos (1Pe 3.15).
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Ou segundo, você pode tentar mostrar que o comportamento homossexual é errado apelando para verdades morais aceitas
pela maioria que mesmo pessoas que não crêem na Bíblia aceitam. Enquanto essa abordagem é mais difícil, todavia, eu
acredito ser crucial se nós Cristãos quisermos impactar nossa cultura contemporânea. Vivemos em uma sociedade que é
cada vez mais secular, cada vez mais pós-Cristã. Não podemos apenas apelar para a Bíblia se quisermos influenciar os
legisladores ou as escolas públicas ou outras instituições por que a maioria das pessoas não acredita mais na Bíblia.
Devemos apresentar razões que tenham um apelo maior.
Por exemplo, eu acho que muitas pessoas concordariam com o principio de que é errado se envolver em comportamento
auto-destrutivo. Pois tal comportamento destrói o ser humano que é inerentemente valioso. Assim, muitas pessoas, eu acho,
diriam que é errado se tornar alcoólico ou fumante viciado. Elas diriam que é bom comer bem e se exercitar. Além do mais,
eu acho que quase todo mundo concordaria com o principio de que é errado se envolver em comportamento que
prejudique uma outra pessoa. Por exemplo, nós restringimos os fumantes a certas áreas para que outras pessoas não inalem
fumo passivamente, e formulamos leis contra embriaguez na direcção para que pessoas inocentes não se machuquem.
Quase todo mundo concorda que você não tem direito de se envolver em comportamento que seja destrutivo a outro ser
humano.
Mas não é difícil demonstrar que o comportamento homossexual é um dos comportamentos mais auto-destrutivos e
prejudiciais que uma pessoa pode se envolver. O fato não é publicamente divulgado. Hollywood e os media
inflexivelmente tendem a colocar um ar de alegria sobre a homossexualidade, enquanto na verdade é um estilo de vida
depressivo, perturbador e perigoso, tão viciante e destrutivo quando o alcoolismo ou o fumo. Mas as estatísticas que eu vou
compartilhar com você estão bem documentadas pelo Dr. Thomas Schmidt no seu memorável livro Straight and
Narrow?[4]
Para começar, existe uma quase compulsiva promiscuidade associada com o comportamento homossexual. 75% dos
homens homossexuais têm mais de 100 parceiros durante toda a vida. Mais da metade desses parceiros são estranhos.
Apenas 8% dos homens homossexuais e 7% das mulheres homossexuais têm relacionamentos que duram mais de três
anos. Ninguém sabe a razão dessa promiscuidade estranha e obsessiva. Pode ser que os homossexuais estejam tentando
satisfazer uma profunda necessidade psicológica através das relações sexuais, necessidade que nunca é satisfeita. Homens
homossexuais têm em média 20 parceiros por ano. De acordo com o Dr. Schmidt,
"O número de homens homossexuais que experimenta algo como fidelidade vitalícia se torna, falando estatisticamente,
quase sem sentido. A promiscuidade entre homens homossexuais não é um simples estereótipo, e não é simplesmente a
experiência maioritária - é praticamente a única experiência. Fidelidade vitalícia é quase não-existente na experiência
homossexual."
Aliada à promiscuidade compulsiva o uso de drogas é difundido entre os homossexuais para aprofundar suas experiências
sexuais. Os homossexuais de um modo geral são três vezes mais propensos a terem problemas com bebidas do que a
população média. Estudos revelam que 47% dos homens homossexuais tem um histórico de abuso de álcool e 51% tem
um histórico de abuso de drogas. Há uma correlação directa entre o número de parceiros e o nível de drogas consumidas.
Além do mais, de acordo com Schmidt, "Existem enormes evidências de que algumas desordens mentais ocorrem com
muito mais frequência entre homossexuais." Por exemplo, 40% dos homens homossexuais tem um histórico de depressão
profunda. Os homens de um modo geral apresentam um histórico de depressão de apenas 3%. De forma similar, 37% das
mulheres homossexuais têm um histórico de depressão. Isso leva a um alto índice de suicídio. Os homossexuais são três
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vezes mais propensos a tentativas de suicídio do que a população média. De fato, homens homossexuais tem um índice de
tentativa de suicídio seis vezes maior do que dos homens heterossexuais, e as mulheres homossexuais tentam se suicidar
duas vezes mais do que mulheres heterossexuais. Nem a depressão nem o suicídio são os únicos problemas. Os estudos
revelam que os homossexuais são mais propensos à prática de pedofilia do que os homens heterossexuais. Qualquer que
seja a causa dessas desordens, o fato é que qualquer um que considere a possibilidade de se envolver num estilo de vida
homossexual não pode se iludir sobre onde ele está entrando.
Outro segredo bem guardado é quão fisicamente perigoso o comportamento homossexual é. Não vou descrever o tipo de
actividade sexual praticada pelos homossexuais, mas deixe-me dizer que nossos corpos, macho e fêmea, foram desenhados
para o intercurso sexual de uma forma que os corpos de dois homens não foram. Como resultado, a actividade
homossexual, 80% é de homens, é muito destrutiva, resultando em problemas como danos à próstata, úlceras e rupturas,
incontinência crónica e diarreia.
Além desses problemas físicos, as doenças sexualmente transmissíveis são muito disseminadas entre a população
homossexual. 75% dos homens homossexuais têm uma ou mais doenças sexualmente transmissíveis, não incluindo a AIDS.
Isso inclui todo o tipo de infecções não-virais como gonorreia, sífilis, infecções bacterianas e parasitas. Também é comum
entre os homossexuais, doenças virais como herpes e hepatite B (que afecta 65% dos homens homossexuais), ambas sendo
incuráveis, bem como a hepatite A e verrugas anais, que afectam 40% dos homens homossexuais. E eu sequer incluí a
AIDS. Talvez a mais chocante e terrível estatística é que, deixando de lado aqueles que morrem devido a AIDS, a
expectativa de vida do homem homossexual é de 45 anos aproximadamente. E a do homem comum é de 70 anos. Se você
incluir aqueles quem morrem de AIDS, que agora afecta 30% dos homens homossexuais, a expectativa de vida cai para 39
anos de idade.
Então eu acredito que se pode fazer uma boa defesa de que o comportamento homossexual é errado apenas baseando-se
em princípios morais aceitos geralmente. Assim, totalmente à parte da proibição Bíblica, existem boas razões para
considerar a actividade homossexual como errada.
Isso tem importantes implicações para a política pública em relação ao comportamento homossexual. Pois políticas e leis
públicas são baseadas em princípios morais aceitos por todos. É por causa disso, por exemplo, que temos leis que regulam
a venda de bebidas alcoólicas de várias formas ou leis proibindo o jogo ou restringindo o fumo. Essas restrições sobre a
liberdade individual são impostas para o bem comum. Da mesma forma, alguns estados, como nosso estado da Geórgia,
tem leis proibindo a sodomia, e a Suprema Corte afirmou que tais leis são constitucionais. Embora essas leis não sejam
obrigatórias, elas são legais à luz do risco apresentado por tal comportamento.
Agora em outros casos, leis obrigatórias em relação a homossexualidade podem ser propostas, e os Cristãos tem que pensar
bem sobre isso em relação aos indivíduos. Por exemplo, um Cristão pode não ver nenhuma razão para que não seja dada
oportunidade igual de compra e aluguer de imóveis para pessoas que são homossexuais. Mas eu posso imaginar que um
Cristão pode apresentar um projecto de lei contra as oportunidades de trabalho iguais para homossexuais. Pois alguns
empregos podem ser inapropriados para tais pessoas. Por exemplo, você gostaria que uma lésbica praticante fosse a
professora de educação física da sua filha na escola? Você gostaria de que o técnico do seu filho fosse um homossexual que
entrasse no vestiário junto com os garotos? Eu não apoiaria uma lei que forçasse as escolas públicas a contratar essas
pessoas.
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Ou novamente, as aulas de saúde das escolas públicas deveriam ensinar que a homossexualidade é um estilo de vida
legítimo, ou será que os estudantes deveriam ler Heather has Two Mommies (Heather tem duas mamãs)? As uniões
homossexuais devem ser reconhecidas como sendo tão legais quanto os casamentos homossexuais? Deveria se permitir que
os homossexuais adoptassem crianças? Em todos esses casos, se pode argumentar a favor de restrições às liberdades
homossexuais se baseando no bem público e na saúde pública geral. Não é uma questão de impor os valores pessoais de
alguém sobre outro alguém, visto que isso se baseia nos mesmos princípios morais que são usados, por exemplo, para banir
o uso de drogas ou restringir o uso de armas. A liberdade não significa licença para se envolver em acções que possam
prejudicar os outros.
Recapitulando, vimos que, primeiro, o certo e errado existem porque se baseiam em Deus. Então se quisermos saber o que
é certo ou errado, devemos ver o que Deus diz sobre isso. Segundo, vimos que a Bíblia consistentemente e claramente
proíbe os actos homossexuais, assim como proíbe todo o ato sexual fora do matrimónio. Terceiro, vimos que as proibições
Bíblicas em relação a tais comportamentos não podem ser explicadas à luz do contexto cultural nas quais foram escritas
porque tais proibições estão pautadas no plano divino para o casamento homem-mulher. Além do mais, mesmo à parte da
Bíblia, existem princípios morais geralmente aceitos que implicam que o comportamento homossexual é errado.
Agora, que aplicações práticas isso tem para todos nós como indivíduos?
Primeiro, se você é um homossexual ou tenha essa inclinação, se mantenha puro. Se você não é casado, deve praticar
abstinência de toda actividade sexual. Eu sei que isso é difícil, mas o que Deus está pedindo que você faça é simplesmente
o mesmo que ele requer de todas as pessoas solteiras. Isso significa não só manter seu corpo puro, mas especialmente sua
mente. Assim como o homem heterossexual deve evitar a pornografia e a imaginação, você, também, precisa manter sua
vida e pensamento limpos. Resista à tentação de racionalizar o pecado dizendo, "Deus me fez assim." Deus deixou muito
claro que ele não quer que você ceda aos seus pecados, mas sim que você O honre mantendo o corpo e a mente puros.
Finalmente, procure aconselhamento profissional Cristão. Com tempo e esforço, você pode vir a usufruir de relações
normais e heterossexuais com sua esposa. Há esperança.
Segundo, para aqueles que são heterossexuais, precisamos nos lembrar que ser homossexual não é nenhum pecado. A
maioria dos homossexuais não escolheu tal orientação e gostaria de mudar se pudesse. Precisamos aceitar e apoiar
carinhosamente irmãos e irmãs que lutam com esse problema. E, em geral, precisamos estender o amor de Deus a essas
pessoas. Palavras vulgares e piadas sobre homossexuais jamais devem passar pelos lábios de um Cristão. Se você se
encontrar tendo prazer quando alguma aflição cai sobre um homossexual ou se tem sentimentos de ódio aos homossexuais,
então você precisa reflectir bastante e com afinco nas palavras de Jesus relatadas em Mateus: "Em verdade vos digo que, no
dia do juízo, haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que para você." (Mt. 10.15; 11.42).
Notas
1 Richard Taylor, Ethics, Faith, and Reason (Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall, 1985), pp. 83-4.
2 Ibid.
3 Ibid., pp. 2-3.
4 Thomas Schmidt, Straight and Narrow? (Downer’s Gove, Ill.: Inter-Varsity Press, 1995).
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