Relatório de Viagem ao Caribe (República Dominicana e Haiti)
Ainda estou a digerir a experiência de deslocação ao Caribe, acompanhado pelos Pastores Josué da Ponte (AD Évora), Álvaro Ladeira (AD Benfica) e Paulo Chaveiro (AB Lisboa).
De facto, não poderei mais deixar de orar por aquela região do mundo. Na República Dominicana, durante a formação recebida a qual foi ministrada pela Associação Evangelística Billy Graham (AEBG), apercebi-me do que Deus está a fazer naquela nação. Podemos falar de avivamento. São cerca de 20% os que se intitulam Evangélicos. As leis do país estão a mudar e a ficarem mais de acordo com os valores da Palavra de Deus que, aliás, está na própria bandeira, símbolo da nação, com uma inscrição do texto de João 8:32: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."
A formação ministrada pela AEBG foi algo que superou as nossas expectativas e que nos deixa muito animados com a possibilidade real de virmos a ter em Portugal o projecto Minha Esperança lá para o final de 2011. Acredito, sinceramente, que Deus quer fazer algo grande no nosso país, mas para isso há que mobilizar a Igreja de Cristo para a oração, evangelismo pessoal, unidade, etc. É uma tarefa gigantesca. No entanto, o Senhor nos dará forças e fará que o Seu nome seja glorificado através da nossa comunidade. Assim espero.
Quanto ao Haiti, este grupo de pastores, esteve ali durante pouco mais de 24h horas. Viajámos mais de 20h para poder passar algum tempo com alguns líderes haitianos. Fomos muito bem recebidos pelo Pr. Calixte, Superintendente das Assembleias de Deus do Haiti, e pelo Pr. Tito Jean, missionário haitiano na República Dominicana. Também tivémos oportunidade de verificar junto do Pr. Enrique Montenegro (Amemos Espanha), que também estava na República Dominicana, quais as reais possibilidades de avançarmos com a iniciativa conjunta (Uruguai, Portugal, Espanha, Argentina) da construção de um orfanato. Percebemos então e concluímos o seguinte:
Não é razoável avançarmos em conjunto (países já referidos) com a compra de terrenos no Haiti para uma eventual construção de uma instituição como havíamos desejado. O governo Haitiano tem estado a expropriar propriedades recentemente adquiridas por organizações internacionais invocando o interesse nacional. É pois muito arriscado fazê-lo porque não há garantias de defesa do direito de propriedade.
Percebemos que o melhor investimento a fazer no Haiti, terá que ver com a criação de condições para que uma nova geração possa emergir. São mais de 300 mil crianças orfãs. Uma das melhores escolas da cidade, uma escola gerida pela Assembleia de Deus, com 514 alunos, foi destruída. Essas crianças vagueiam hoje pelas ruas sem expectativa de futuro. A actual liderança política e a sociedade em geral, incluindo a Igreja, revela sentimentos de amargura contra várias nações, inclusivé, aqueles que hoje os estão a ajudar. As Nações Unidas, por exemplo, não são propriamente bem vistas no terreno.
Verifica-se uma enorme colaboração de instituições e organizações humanitárias no país. O país está a ser ajudado como nunca foi. São impressionantes as estruturas de apoio que muitos estão a montar naquele país tão flagelado não só após o terramoto, mas muito antes. Ainda assim, há muito a fazer.
A presença evangélica no Haiti é impressionante. Falam em 48% de evangélicos entre toda a população. Há igrejas um pouco por todo o lado, embora a presença do vodu também seja visível, nomeadamente em Leogane onde estivemos. Existe uma Federação de Protestantes do Haiti (FPH) e várias denominações bem organizadas. A Assembleia de Deus tem 220 igrejas e o Pr. Calixte é o seu líder. Os Baptistas são muito fortes e com boas igrejas. Existe uma boa cooperação entre as igrejas evangélicas.
Após uma conversa com o Pr. Calixte, e a visualização desta realidade no terreno, nós entendemos que a nossa cooperação (Igrejas Portuguesas) poderia ser feita nos seguintes moldes:
a) Curto Prazo: Deveriamos dispôr de recursos para nos deslocarmos ao Haiti e comprar, lá mesmo, um conjunto de tendas e de alimentos a entregar a famílias evangélicas altamente carenciadas. Essas famílias seriam identificadas no terreno após indicação prévia da FPH. Não adianta comprar nada fora. As taxas e os custos de transporte são muito altos. Também poderemos somar-nos aos esforços que uma fundação evangélica espanhola (http://www.youtube.com/user/FUNDACIONABSIDE ) está a fazer nesta área das tendas e dos alimentos. Eles já conhecem todo o meio e poderiamos simplesmente oferecer-lhes algum apoio pecuniário.
b) Médio Prazo: Deveríamos dispôr de recursos para a compra de motorizadas (no Haiti ou na Rep Dom) a oferecer a pastores designados pela FPH e que estão altamente necessitados desse meio de transporte para cuidarem das suas igrejas e congregações. As deslocações, de carro, no país, são absolutamente caóticas. Andar 5 km pode demorar uma hora. O tráfego é insuportável. Essas motorizadas poderiam ser adquiridas pela mobilização de igrejas portuguesas que quisessem colaborar por esta via. Também foi mencionada a possibilidade de as igrejas portuguesas serem mobilizadas para assumirem um compromisso, por um ano, com pastores designados pela FPH, para o pagamento mensal da renda de uma casa (150 €) para que estes pudessem estabelecer uma base ministerial e começarem a servir as suas congregações de uma forma mais adequada.
c) Longo Prazo: Retomar a visão de uma instituição educacional e prosseguir na intenção de comprar um terreno para a construção da escola que a Assembleia de Deus perdeu no terramoto. Essa escola poderia ter uma enorme influência sobre as novas gerações e incluiria o fornecimento de comida e formação profissional, a qual poderia ser feita com as visitas esporádicas de profissionais evangélicos portugueses. É evidente que este projecto teria de ser levado a efeito em concertação com outras nações e organizações evangélicas.
Por todas estas razões, parece-me que deveremos orar e apresentar tais desafios às Igrejas em Portugal. Estou ao dispor para mais esclarecimentos.
Em Cristo,
Pr. Paulo Pascoal
De facto, não poderei mais deixar de orar por aquela região do mundo. Na República Dominicana, durante a formação recebida a qual foi ministrada pela Associação Evangelística Billy Graham (AEBG), apercebi-me do que Deus está a fazer naquela nação. Podemos falar de avivamento. São cerca de 20% os que se intitulam Evangélicos. As leis do país estão a mudar e a ficarem mais de acordo com os valores da Palavra de Deus que, aliás, está na própria bandeira, símbolo da nação, com uma inscrição do texto de João 8:32: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."
A formação ministrada pela AEBG foi algo que superou as nossas expectativas e que nos deixa muito animados com a possibilidade real de virmos a ter em Portugal o projecto Minha Esperança lá para o final de 2011. Acredito, sinceramente, que Deus quer fazer algo grande no nosso país, mas para isso há que mobilizar a Igreja de Cristo para a oração, evangelismo pessoal, unidade, etc. É uma tarefa gigantesca. No entanto, o Senhor nos dará forças e fará que o Seu nome seja glorificado através da nossa comunidade. Assim espero.
Quanto ao Haiti, este grupo de pastores, esteve ali durante pouco mais de 24h horas. Viajámos mais de 20h para poder passar algum tempo com alguns líderes haitianos. Fomos muito bem recebidos pelo Pr. Calixte, Superintendente das Assembleias de Deus do Haiti, e pelo Pr. Tito Jean, missionário haitiano na República Dominicana. Também tivémos oportunidade de verificar junto do Pr. Enrique Montenegro (Amemos Espanha), que também estava na República Dominicana, quais as reais possibilidades de avançarmos com a iniciativa conjunta (Uruguai, Portugal, Espanha, Argentina) da construção de um orfanato. Percebemos então e concluímos o seguinte:
Não é razoável avançarmos em conjunto (países já referidos) com a compra de terrenos no Haiti para uma eventual construção de uma instituição como havíamos desejado. O governo Haitiano tem estado a expropriar propriedades recentemente adquiridas por organizações internacionais invocando o interesse nacional. É pois muito arriscado fazê-lo porque não há garantias de defesa do direito de propriedade.
Percebemos que o melhor investimento a fazer no Haiti, terá que ver com a criação de condições para que uma nova geração possa emergir. São mais de 300 mil crianças orfãs. Uma das melhores escolas da cidade, uma escola gerida pela Assembleia de Deus, com 514 alunos, foi destruída. Essas crianças vagueiam hoje pelas ruas sem expectativa de futuro. A actual liderança política e a sociedade em geral, incluindo a Igreja, revela sentimentos de amargura contra várias nações, inclusivé, aqueles que hoje os estão a ajudar. As Nações Unidas, por exemplo, não são propriamente bem vistas no terreno.
Verifica-se uma enorme colaboração de instituições e organizações humanitárias no país. O país está a ser ajudado como nunca foi. São impressionantes as estruturas de apoio que muitos estão a montar naquele país tão flagelado não só após o terramoto, mas muito antes. Ainda assim, há muito a fazer.
A presença evangélica no Haiti é impressionante. Falam em 48% de evangélicos entre toda a população. Há igrejas um pouco por todo o lado, embora a presença do vodu também seja visível, nomeadamente em Leogane onde estivemos. Existe uma Federação de Protestantes do Haiti (FPH) e várias denominações bem organizadas. A Assembleia de Deus tem 220 igrejas e o Pr. Calixte é o seu líder. Os Baptistas são muito fortes e com boas igrejas. Existe uma boa cooperação entre as igrejas evangélicas.
Após uma conversa com o Pr. Calixte, e a visualização desta realidade no terreno, nós entendemos que a nossa cooperação (Igrejas Portuguesas) poderia ser feita nos seguintes moldes:
a) Curto Prazo: Deveriamos dispôr de recursos para nos deslocarmos ao Haiti e comprar, lá mesmo, um conjunto de tendas e de alimentos a entregar a famílias evangélicas altamente carenciadas. Essas famílias seriam identificadas no terreno após indicação prévia da FPH. Não adianta comprar nada fora. As taxas e os custos de transporte são muito altos. Também poderemos somar-nos aos esforços que uma fundação evangélica espanhola (http://www.youtube.com/user/FUNDACIONABSIDE ) está a fazer nesta área das tendas e dos alimentos. Eles já conhecem todo o meio e poderiamos simplesmente oferecer-lhes algum apoio pecuniário.
b) Médio Prazo: Deveríamos dispôr de recursos para a compra de motorizadas (no Haiti ou na Rep Dom) a oferecer a pastores designados pela FPH e que estão altamente necessitados desse meio de transporte para cuidarem das suas igrejas e congregações. As deslocações, de carro, no país, são absolutamente caóticas. Andar 5 km pode demorar uma hora. O tráfego é insuportável. Essas motorizadas poderiam ser adquiridas pela mobilização de igrejas portuguesas que quisessem colaborar por esta via. Também foi mencionada a possibilidade de as igrejas portuguesas serem mobilizadas para assumirem um compromisso, por um ano, com pastores designados pela FPH, para o pagamento mensal da renda de uma casa (150 €) para que estes pudessem estabelecer uma base ministerial e começarem a servir as suas congregações de uma forma mais adequada.
c) Longo Prazo: Retomar a visão de uma instituição educacional e prosseguir na intenção de comprar um terreno para a construção da escola que a Assembleia de Deus perdeu no terramoto. Essa escola poderia ter uma enorme influência sobre as novas gerações e incluiria o fornecimento de comida e formação profissional, a qual poderia ser feita com as visitas esporádicas de profissionais evangélicos portugueses. É evidente que este projecto teria de ser levado a efeito em concertação com outras nações e organizações evangélicas.
Por todas estas razões, parece-me que deveremos orar e apresentar tais desafios às Igrejas em Portugal. Estou ao dispor para mais esclarecimentos.
Em Cristo,
Pr. Paulo Pascoal
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